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22/12/2010
Recursos externos para a expansão interna
 
(Valor Econômico) O investimento estrangeiro canalizado ao setor produtivo deve superar US$ 38 bilhões este ano, de acordo com previsão do chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. A estimativa anterior era de US$ 30 bilhões.

Com isso, a participação brasileira no fluxo global desse tipo de recurso - que deve fechar o ano em US$ 1,1 trilhão, conforme cálculo da Unctad, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento - chegará a 3,4%, a melhor alcançada pelo país nesta década, de acordo com a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet).

De janeiro a novembro, esses aportes somam US$ 33,136 bilhões, ante US$ 20,839 bilhões registrados em igual período de 2009. Apenas no mês passado, entraram no país US$ 3,732 bilhões, contra US$ 1,604 bilhão em novembro de 2009. Neste mês, até ontem, entraram US$ 4,6 bilhões. A previsão é de que dezembro feche com US$ 4,9 bilhões.

Para 2011, a expectativa é de que o montante dos investimentos estrangeiros para a produção atinja US$ 45 bilhões.

"Vamos observar, ao longo de 2011, ingressos bastante expressivos, uma retomada do patamar de 2008", disse Lopes, ao apresentar os números ontem e explicar que, de janeiro a novembro, a indústria recebeu 44,9% dos investimentos estrangeiros, o setor de serviços ficou com 32,1%, enquanto agronegócio e extração mineral ficaram com 23%.

"O ímã da nossa atração está na perspectiva de crescimento econômico no longo prazo", afirmou o presidente da Sobeet, Luís Afonso de Lima, ao repórter Ruy Barata Neto.

Uma economia em expansão não pode prescindir de recursos externos para continuar em ascensão. Cabe à nova presidente da República e ao Congresso Nacional manter regras claras e justas para o ingresso e a permanência desses investimentos. Costábile Nicoletta - Diretor Adjunto do Brasil Econômico
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