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19/03/2021 | |
Pequenos empresários pedem retorno de programas de apoio | |
As novas restrições impostas pela segunda onda da pandemia pegaram os pequenos empresários e os microempreendedores individuais já combalidos por um ano difícil para os negócios. No ano passado, de cada três pequenas empresas, duas tiveram queda no faturamento. O impacto da perda foi, em média, de 34%. Como o movimento de recuperação foi interrompido, a perspectiva desses empresários é de que as perdas aumentem ainda mais - cheguem a 40%, em média. Os números estão na décima rodada do levantamento que o Sebrae tem feito periodicamente para medir o impacto da pandemia no setor. Mas os números são só uma média. A empresária Millena Lima, que atua no ramo dos aparelhos de ar condicionado em Brasília, calcula que no ano passado o faturamento caiu mais de 60%. E ela não vê perspectiva de melhora. “Provavelmente agora, no próximo mês de abril, a gente não vai conseguir continuar com todos os funcionários. Porque a gente não vai conseguir fazer o pagamento da folha porque voltou tudo. E todos os valores são integrais agora e a entrada, o fluxo de serviço não está correspondendo a folha de pagamento”, avalia. A empresa conta com 10 funcionários. Quatro podem ser dispensados. E não é um caso isolado. Praticamente um quinto das empresas demitiram algum funcionário entre janeiro e fevereiro desse ano. A saída apontada por 45% dos pequenos empresários é a extensão de programas que facilitem o acesso ao crédito, como o Pronampe, o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. 26% dos empresários pedem o retorno do auxílio emergencial. Entre os MEIS, os microempreendedores individuais, a proporção dos que defendem o retorno do programa sobe para 36%. O analista do Sebrae Kennyston Lago explica por que a medida é tão defendida por eles. “Pra esse cara o auxílio emergencial é mais importante que uma linha de crédito. Ele quer só se manter vivo, para poder hibernar, e depois voltar. Então, ele serve tanto de um lado ao dar dinheiro para esses empresários, mais carentes, quanto também por injetar dinheiro na economia. E as pessoas que recebem o auxílio emergencial estão aonde? Nas micro e pequenas empresas porque a gente sabe que 98% das empresas no Brasil são micro e pequena”, observa. A medida provisória que vai retomar o pagamento do auxílio emergencial foi assinada nessa quinta-feira pelo presidente Bolsonaro. O auxílio vai ser pago em quatro parcelas, que variam de R$ 175 a R$ 350, de acordo com o tamanho da família. Fonte: Fenacon |