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05/05/2011
Governo quer usar o microcrédito para incentivar pequenos negócios
 
Secretário do Ministério da Fazenda diz que oferta pode chegar a R$ 2 bi

(R7) O governo criará um programa para incentivar o microcrédito para pequenos empreendedores, segundo declarações do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland. Os MEI (microempreendedores individuais) e os inscritos no programa Bolsa Família serão o os alvos do programa. Hoje 95% do microcrédito ofertado pelos bancos é para consumo e não para a criação de novos negócios e empreendimentos.

- Os bancos privados não têm incentivos para fazer microcrédito produtivo orientado. Eles preferem recolher para o Banco Central (como parte do recolhimento compulsório, exigido pelo BC). Queremos dar incentivos para que os bancos migrem sua carteira de microcrédito para atender ao microempreendedorismo.

Segundo ele, os bancos são obrigados a destinar 2% sobre os depósitos à vista para o microcrédito. Essa obrigação, no entanto, não define o perfil do tomador do empréstimo. Como cerca de 1,1 milhão de pessoas se cadastraram como microempreendedores individuais, o governo quer incentivar o crédito para este segmento da economia. O governo também enxerga nessa linha de crédito uma porta de saída para pessoas inscritas no programa Bolsa Família. Segundo Holland, 8% dos beneficiários do programa também aderiram ao MEI. Ele acredita que este porcentual pode chegar a 15% ou 20%.

O secretário disse ainda que terá uma reunião com os bancos públicos e privados para discutir a criação do programa. Os 2% que devem ser direcionados ao microcrédito representam R$ 3 bilhões. Mesmo que nem todos os bancos participem, Holland acredita que cerca de R$ 2 bilhões estarão disponíveis para o microcrédito produtivo. Como o prazo do empréstimo é curto, entre 4 e 6 meses, garantindo um giro mais rápido, ele acredita que os recursos serão suficientes.

Holland acredita também que o programa deve reduzir a inadimplência, poruqe quanto menor o tempo do empréstimo, menor a inadimplência, disse o secretário. Isso fará com que as taxas de juros também sejam reduzidas. O secretário acredita que o programa terá uma taxa de juros inferior aos 2% ao mês cobrados hoje na linha de microcrédito.
- É muito alta. O programa pode ter uma outra taxa.

Para ele, os bancos têm se mostrado receptivos à ideia do governo e devem apresentar sugestões no próximo mês. O secretário disse que o programa também deve prever a qualificação do agente de crédito, além de incentivar os novos empreendedores. O governo trabalha para que o programa esteja pronto ainda no primeiro semestre.
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