O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, anunciou que o governo federal pretende abrir processo nesta semana para investigar as exportações chinesas no setor calçadista. Em visita à 43ª Feira Internacional de Moda em Calçados e Acessórios (Francal 2011), aberta ontem em São Paulo, o ministro foi cobrado por produtores sobre uma prática que, segundo eles, vem sendo comum entre os chineses, que é o uso de terceiros países para burlar as regras comerciais e exportar produtos, conhecida como triangulação.
De acordo com o ministro, haverá uma investigação em âmbito nacional e que pode resultar em um processo na Organização Mundial do Comércio (OMC). "O governo tem usado todas as medidas de defesa comercial previstas na OMC, mas não podemos ir além disso, porque o Brasil respeita os tratados internacionais", disse.
Em maio foram demitidos 3,5 mil trabalhadores, ainda que o varejo venha registrando alta. Em 2010, o crescimento foi de 8% e, em 2011, a perspectiva de alta é de 5%, segundo os empresários. Os fabricantes lembraram que Pimentel esteve em janeiro na abertura da Couromoda 2011, outro importante evento do setor, onde prometeu tomar medidas rápidas contra a ação chinesa.
"É inacreditável que estejamos vivendo isso no governo Dilma", reclamou o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Milton Cardoso. O ministro reconheceu a demora na abertura do processo. A presidente Dilma Rousseff deve anunciar em julho medidas de apoio à indústria brasileira, com destaque para o setor de calçados.
Gaúchos fecham negócios no primeiro dia da Francal
Com uma expectativa bastante positiva, os cerca de 50 expositores do Estande Coletivo do Rio Grande do Sul começaram ontem a preencher seus talões de pedidos logo no primeiro dia da Francal. "Estamos muito otimistas com os resultados que a Francal pode nos trazer", ressalta Éde Laredo, da Impeccabile, com sede no município de Campo Bom e que fabrica calçados femininos de alto padrão. Com menos de dois anos de existência, a empresa já participa do estande coletivo pela segunda vez com o objetivo de divulgar e consolidar a sua marca.
Outra empresa otimista é a Ryan Sport, do Grupo Agrolatina, de Igrejinha. Fabricante de modelos esportivos masculinos e infantis, a Ryan também fechou negócios e espera ampliar suas vendas até o final do evento. "Estamos em um ótimo espaço e prontos para concretizar muitas vendas", afirmou Estela Sparremberger, representante da empresa.